Floriano Peixoto, quem foi ele?
Floriano Vieira Peixoto (Maceió, 30 de abril de 1839 – Barra Mansa, 29 de junho de 1895) foi um militar e político brasileiro, primeiro vice-presidente e segundo presidente do Brasil, cujo reinado abrange a maior parte do período conhecido da história brasileira. espadas.
Vida
Nascido em uma família muito pobre, mudou-se para o Rio de Janeiro aos 16 anos para terminar o ensino médio. Em 1858 ingressou na escola militar do Rio de Janeiro, após a conclusão do curso foi declarado alferes em 1861. Integrante e posteriormente comandante do 1º Batalhão de Voluntários da Pátria durante a Guerra do Paraguai, participou de importantes episódios do conflito como as batalhas de Tuiuti, Itororó, Lomas Valentinas e Angostura.
Retornou à capital em 1870 e concluiu o bacharelado em ciências físicas e matemáticas. Em 1884 assumiu o cargo de presidente da província de Mato Grosso e permaneceu no cargo por pouco mais de um ano. Participou ativamente da Proclamação da República, recusando-se a liderar a resistência imperial a um golpe republicano. Em 1890 ascendeu ao posto mais alto do exército brasileiro e tornou-se ministro da Guerra no mesmo ano. Foi eleito vice-presidente em fevereiro de 1891 e assumiu a presidência do Brasil em novembro daquele ano, após a renúncia do então presidente Deodoro da Fonseca em meio a uma grave crise política.
Seu reinado foi marcado por um intenso clima de rebeldia. Em 1892, foi publicado o Manifesto dos 13 Generais, que visava contestar a legitimidade do governo de Floriano – segundo a constituição, ele deveria convocar novas eleições ao invés de assumir a presidência até o fim do mandato de Deodoro.[4] Em 1893 eclodiram a Segunda Revolta Marítima, fruto de diversos conflitos entre exército e marinha, e a Revolução Federalista, crise política dos ideais federalistas que buscava depor o governador gaúcho Júlio de Castilhos. Floriano as reprimiu. violentos conflitos, consolidando-os ele mesmo no poder, valendo-lhe o apelido de “Marechal de Ferro”.O culto à sua personalidade, denominado florianismo, foi a primeira expressão política voltada para uma figura de caráter republicano no Brasil.
Origem e carreira político-militar
Floriano Vieira Peixoto nasceu no Engenho do Riacho Grande, em Ipioca, distrito da cidade de Maceió, em 30 de abril de 1839, um dos dez filhos de Manuel Vieira de Araújo Peixoto e Ana Joaquin de Albuquerque Peixoto. De família pobre, foi entregue, ainda recém-nascido, ao padrinho e tio, coronel José Vieira de Araújo Peixoto, por quem foi criado. José estava em melhor posição financeira para obtê-lo porque era dono de uma plantação local e um influente político provincial. Estudou como internato no Colégio Espírito Santo, em Maceió, até terminar o ensino fundamental. Aos 16 anos, em 1855, mudou-se para o Rio de Janeiro para cursar o ensino médio no Colégio São Pedro de Alcântara.
Ingressou na carreira militar dois anos depois, em 1º de maio de 1857, quando se alistou como soldado voluntário no 1º Batalhão de Artilharia de Infantaria. No ano seguinte, aos 19 anos, matriculou-se numa escola militar do Rio de Janeiro, concluiu o curso em 1861, foi alferes de tenente e ingressou no corpo de artilharia. Com a eclosão da Guerra do Paraguai, Floriano foi para o Rio Grande do Sul em maio de 1865 com o 1º Batalhão de Voluntários da Pátria, nome dado às unidades militares criadas em 1865 pelo Império do Brasil para reforçar as forças efetivas. Soldados do Exército Brasileiro em guerra.[9][10] Participou, até o final do conflito, das batalhas mais importantes da guerra, como Tuiuti, Itororó, Lomas Valentinas e Angostura. No final da guerra, foi promovido a tenente-coronel em 9 de abril de 1870.
O então coronel Floriano Peixoto em 1881, ano em que deixou o comando do Arsenal de Guerra de Pernambuco.
Retornou à capital em 1870 para concluir seu Bacharelado em Ciências Físicas e Matemáticas e concluir o curso de mineralogia, o único que faltava para concluir o curso. Dois anos depois, em 11 de maio, casou-se com a filha de seu pai adotivo, Josina Vieira Peixoto, na Usina de Itamaracá, perto de Murici, Alagoas, com quem teria oito filhos.
Em 18 de abril de 1874, foi promovido a coronel e nomeado comandante do 3º Regimento de Artilharia Montada, cargo que ocupou até 1878. De 1879 a 1881, comandou o Corpo de Artilharia de Pernambuco, encarregado de controlar as unidades militares da região Nordeste.
Em 13 de setembro de 1884, Floriano, com o apoio do Partido Liberal, foi nomeado comandante das armas e presidente da província de Mato Grosso, sucedendo ao marechal Manuel de Almeida Lobo d’Eça. Ele esteve no cargo por cerca de um ano, e durante seu reinado promoveu a indústria de extração de erva-mate e adotou uma política de repressão aos índios que ameaçavam Cuiabá. Quando o barão de Cotegipe do Partido Conservador se tornou presidente do Conselho de Ministros em 1885, nomeou José Joaquim Ramos Ferreira, então vice-presidente da província, como sucessor de Florian.
No dia da proclamação da República, responsável pela segurança do ministério do Visconde de Ouro Preto, Floriano recusou-se a atacar os rebeldes e assim justificou sua desobediência, respondendo ao Visconde de Ouro Preto:
Sim, mas tínhamos inimigos lá (no Paraguai) e aqui somos todos brasileiros!
— Floriano Peixoto.
Então Floriano Peixoto, que aderiu ao movimento republicano, prendeu o chefe do governo, Visconde de Ouro Preto.
Após a proclamação da República, assumiu o cargo de vice-presidente de Deodoro da Fonseca durante o governo interino, sendo posteriormente eleito vice-presidente constitucional. Ele foi Ministro da Guerra de 19 de abril de 1890 a 22 de janeiro de 1891.
Assumiu a presidência da república em 23 de novembro de 1891 com a renúncia do marechal Deodoro. O sucesso dos planos de Deodoro dependia da união das Forças Armadas, o que não havia ocorrido no governo anterior.
Presidência da República (1891-1894)
Resultado de um manifesto político assinado por 13 generais: reformas e promoções em grupos.
Projeto de Florian Peixot para a bandeira brasileira em 1892.[16][17]
Ele assumiu a República ilegalmente após a renúncia de Deodoro da Fonseca porque a Constituição de 1891 dizia em seu artigo 42:
“Se, em caso de vacância por qualquer motivo após a saída da presidência ou do vice-presidente, ainda não decorridos os dois anos do período eleitoral, novas eleições serão realizadas”
Mesmo assim, Floriano tomou posse e isso foi interpretado na época como um retorno à legalidade, com o apoio das Forças Armadas, do Exército, da Marinha e do Partido Republicano Paulista (que até então era a oposição de Floriano, mas o apoiava para substituir mais facilmente Deodoro).
Seus primeiros atos após assumir a presidência foram a revogação do decreto que dissolveu o Congresso Nacional, a retirada dos deputados estaduais indicados por Deodoro e a adoção de medidas econômicas mitigadoras dos efeitos da crise financeira provocada pelo estouro da bolha financeira de encilhamento, controlando os preços dos alimentos básicos e aluguéis.
Essas medidas quebraram o apoio que vinha conquistando e, para muitos, tornou-se necessário convocar novas eleições presidenciais conforme estipulado no artigo 42. Floriano argumentou que a própria constituição abriu uma exceção ao estipular que a exigência só se aplicava a presidentes eleitos diretamente pelo governo. o povo, assumindo assim o papel de consolidador da república.Seu estilo de governo o tornou famoso como o “Marechal de Ferro”, principalmente pela dura reação que promoveu à Revolução Federalista. Assim, a historiografia acredita que o período de seu reinado foi marcado pelo autoritarismo, personalismo e centralização do poder executivo federal, assim como seu antecessor, mas seu governo alcançou maior estabilidade em relação ao Marechal Deodoro, que fechou o Congresso e foi forçado a renunciar devido à pressão da oposição.
Durante o período em que esteve no poder, manifestou-se contra o liberalismo, formado pela elite agrícola principalmente de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e, em parte, também por militares. Ele era nacionalista e favorecia politicamente os militares, especialmente os das escolas militares.
A centralização do poder foi importante em seu governo, pois embora Floriano não se identificasse plenamente com o positivismo, era influenciado pela ideologia e seu séquito era conhecedor, composto por membros do chamado “santuário da ciência”, nome pelo qual o Colégio Militar da Praia Vermelha ficou conhecido pelos ex-combatentes da guerra do Paraguai, guerra travada pelo próprio Floriano. Por outro lado, a oposição ao seu governo era majoritariamente de liberais, que naquele momento histórico defendiam a descentralização do poder. Assim, um manifesto conhecido como “Manifesto dos 13 generais” foi publicado em março de 1892, questionando a legalidade, legitimidade e “autoritarismo” de Florian e pedindo uma nova eleição presidencial imediata. No dia seguinte à publicação do manifesto, mandou reformar os signatários e prendeu-os.
Em fevereiro de 1893, teve início a Revolução Federalista, conflito que durou dois anos e meio, e em setembro do mesmo ano eclodiu uma segunda revolta do exército, que durou até março de 1894. A forma ditatorial e contundente com que Floriano atuou para O combate a essas rebeliões o tornou famoso como o “Marechal de Ferro”, e as medidas tomadas nesses episódios levaram à polêmica mudança do nome da vila de Nossa Senhora do Desterro para Florianópolis (“Cidade Floriana”) em Santa Catarina.
Ao contrário do que se poderia prever, houve um acordo tácito entre o presidente e o PRP (Partido Republicano Paulista) durante a gestão de Florian. As razões subjacentes eram os riscos, alguns reais, outros imaginários, que corria o regime republicano. A elite política paulista via em Florian a possibilidade mais segura de garantir a sobrevivência da república a partir do poder central. Floriano, por sua vez, percebeu que sem o PRP não teria base política para governar. Assim, mesmo sendo ideologicamente opostos, alguns dos cafeicultores que ajudaram a derrubar Deodoro da Fonseca apoiaram o governo de Florian desde o início.