Jules Gabriel Verne, quem foi ele?
Jules Gabriel Verne, conhecido nos países de língua portuguesa como Júlio Verne (Nantes, 8 de fevereiro de 1828 — Amiens, 24 de março de 1905), foi um escritor francês.
Júlio Verne foi o primogênito dos cinco filhos de Pierre Verne, advogado,[1] e Sophie Allote de la Fuÿe, esta de uma família burguesa de Nantes
É considerado por críticos literários o inventor do gênero de ficção científica, tendo feito predições em seus livros sobre o aparecimento de novos avanços científicos, como os submarinos, as máquinas voadoras e a viagem à Lua.
Até hoje, Júlio Verne é um dos escritores cuja obra foi mais traduzida em toda a história, com traduções em 148 línguas, segundo estatísticas da UNESCO, tendo escrito mais de 100 livros.
Infância e juventude
Júlio Verne nasceu em 8 de fevereiro de 1828, e passou a infância com os pais, o irmão Paul, e as três irmãs, Ana, Matilde e Maria, na cidade francesa de Nantes e na casa de verão da família. Seu pai, Pierre Verne, era um magistrado de Provins. A proximidade do porto e das docas constituíram provavelmente grande estímulo para o desenvolvimento da imaginação do autor sobre a vida marítima e viagens a terras distantes. Com seis anos iniciou os estudos com a viúva de um capitão, e com oito foi mandado para o seminário com seu irmão Paul. Em 1839, partiu para Índia como aprendiz de marinheiro, mas foi interceptado por seu pai em Paimboeuf, confessando ter tentado a viagem para encontrar sua prima, Carolina Tronson, e entregar-lhe um colar de diamantes. Prometeu que viajaria “apenas nos sonhos”. Em 1844, estudou retórica e filosofia no Liceu de Nantes. Formado, seguiu os passos do pai, formando-se em direito em Nantes, em 1864.
Apaixonado por Carolina, escreveu sua primeira obra, uma tragédia em versos, que a família desgostou, e Carolina casou-se em 1847 com outro. Verne fez seu exame de direito em Paris, onde compôs um drama, e retornou a sua cidade natal, onde a obra foi lida por um petit comité no Cercle de La Cagnotte. Seu pai, com a esperança de que o filho seguisse sua carreira de advogado, envia Verne novamente a Paris, a fim de que continuasse os estudos do direito. Contudo, em Paris, Júlio começou a se interessar mais pelo teatro do que pelas leis, tendo escrito alguns livretos de operetas e pequenas histórias de viagens. Seu pai, ao saber disso, cortou-lhe o apoio financeiro. Durante esse período, o autor conheceu os escritores Alexandre Dumas e Victor Hugo. Uma das peças de Verne, As palhas rompidas, agrada Dumas, e a peça estreia no Teatro Histórico em 12 de junho de 1850. Apresenta sua tese, e o pai deseja que retorne a Nantes para trabalhar como advogado, mas Verne decide pela carreira literária. Para completar a renda, dá aulas em Paris, sem parar de escrever.
Em 1856, conhece Honorine de Viane Morel, de 26 anos, viúva com duas filhas. Casam-se em 1857 e, em 1861, tem seu único filho, Michel Jean Pierre Verne. Ingressa em uma sociedade na bolsa de Paris, mais especificamente com a casa de câmbio Eggly, mediante a uma contribuição financeira de seu pai e as relações de seu sogro. Viaja à Inglaterra, e à Escócia em 1859, e à Noruega e à Escandinávia, em 1861. De 1872 a 1886, vive o apogeu de sua fama e fortuna, advindas de seu sucesso literário. Em 1877, ocorre em Amiens um grande baile à fantasia, que conta com a presença do ilustre fotógrafo Félix Nadar, a quem Verne homenageia em sua obra Da Terra à Lua, com o personagem Miguel Ardan, anagrama com “Nadar”. Verne adquire dois iates em épocas distintas, realizando uma viagem aos Estados Unidos, escrevendo Vinte Mil Léguas Submarinas na volta, ainda a bordo.
Últimos anos
Michel, seu filho, era considerado um rapaz rebelde, e não seguiu as orientações do pai. Júlio Verne mandou o seu filho, aos 16 anos, em uma viagem de instrução em um navio, por 18 meses, com esperança que a disciplina a bordo e a vida no mar corrigissem o seu carácter rebelde, mas de nada adiantou. Michel não se corrigiu e acabou por casar com uma atriz, contra a vontade do pai, tendo com ela dois filhos.
Em 9 de Março de 1886, foi atingido por dois tiros quando este chegava em casa na cidade de Amiens,[4] pelo seu sobrinho Gaston.[carece de fontes] Um dos tiros o atingiu no ombro e demorou a cicatrizar, o outro atingiu o tornozelo, deixando-o coxo nos seus últimos 19 anos de vida. Não se sabe bem por que seu sobrinho tenha cometido o atentado, mas ele foi considerado louco e internado em um manicómio até o final da vida. Este episódio serviu para aproximar pai e filho, pois Michel vendo-se em vias de perder o pai passou a encarar a vida com mais seriedade.
Ele está enterrado no Cemitério La Madeleine em Amiens, Picardia, França.
Carreira literária
A carreira literária de Júlio Verne começou a se destacar quando colaborou com o experiente editor Pierre-Jules Hetzel, que havia colaborado com nomes tão proeminentes da época como Alfred de Brehat, Victor Hugo, George Sand e Erckmann-Chatrian. Hetzel publicou o primeiro romance de sucesso de Júlio Verne em 1862, sobre uma viagem de balão de ar quente para a África, intitulada “Cinco semanas em um balão de ar quente”. [2][4] Esta história contém detalhes como coordenadas geográficas, cultura, animais, etc. O leitor se pergunta se é ficção ou realidade. Na verdade, Júlio Verne nunca voou de balão e nunca foi à África. Todas as informações sobre esta história vêm de sua imaginação e capacidade de pesquisa. A colaboração entre Verne e Hetzel durará 20 anos.
Hetzel apresentou Verne a Félix Nadar, um cientista interessado em navegação aérea e balões de ar quente, com quem se tornou um bom amigo e apresentou Verne ao seu círculo de amigos cientistas, o autor pode ter tirado algumas de suas idéias de suas conversas.
O sucesso de cinco semanas do balão lhe rendeu fama e dinheiro. Sua criação literária continuou a acelerar. Quase todos os anos, Hetzel publica um novo livro de Verne, quase sempre com grande sucesso. Estes incluem: Voyage au centre de la Terre de 1864, Vinte Mil Léguas Submarinas (Vingt mille lieues sous les mers) de 1870 e Le tour du monde en quatre-vingts jours de 1873.
Um de seus livros é Paris no século XX. Escrito em 1863, não foi publicado até 1989, quando o manuscrito foi descoberto pelo bisneto de Verne. Um livro de conteúdo deprimente foi rejeitado por Hetzel, que aconselhou Verne a não publicá-lo na época porque fugia da fórmula de sucesso dos livros já escritos, que falavam de aventuras extraordinárias. Verne seguiu seu conselho e guardou o manuscrito em um cofre até ser descoberto mais de um século depois.
Seu último livro publicado foi Lord of the Worlds em 1904.
Júlio Verne é de longe o autor mais traduzido da história, segundo a UNESCO, suas obras foram traduzidas para 148 idiomas e escreveu mais de 100 livros.
Naquele mesmo ano, Júlio Verne ficou chocado com o fato de seu bom amigo e editor Pierre Herzel ter morrido.
Ele foi eleito para o Conselho Municipal de Amiens e passou seus últimos anos em tal profissão. Ele perdeu seu pai em 1871, sua mãe em 1887 e seu irmão em 1897. Seus últimos anos foram marcados por uma mudança de personalidade para a melancolia, ele escreveu que Paris nunca mais o veria e, embora não estivesse trabalhando, não se sentia vivo. Em 1902 ele desenvolveu catarata e morreu em sua casa em Amiens em 24 de março de 1905. [4] Nos últimos anos, Verne escreveu muitos livros sobre o mau uso da tecnologia e seu impacto no meio ambiente, que era sua principal preocupação na época. Ele continuou seu trabalho até sua morte. Seu filho Michelle editou sua obra incompleta e ele mesmo escreveu alguns capítulos que foram perdidos quando seu pai morreu. Entre essas obras póstumas, “Mission Barsac” (francês: L’Étonnante Aventure de la Mission Barsac), em seu rascunho original intitulado “Voyage d’étude”, menciona o Esperanto[5] (a língua de seu pai) extremamente grande interesse[ 6][7]) removido entre outras alterações feitas por Michel Verne na obra final.