Louis Moreau Gottschalk, quem foi ele?
Louis Moreau Gottschalk (8 de maio de 1829 – 18 de dezembro de 1869) foi um pianista e compositor americano. Entre outras coisas, criou a Grande Fantasia Triumfal sobre o Hino Nacional Brasileiro, que dedicou à Condessa d’Eu.
Gottschalk, filho de um empresário judeu londrino e crioulo haitiano, nasceu e foi criado em Nova Orleans, onde foi influenciado por uma variedade de músicas. Aprendeu a tocar piano muito jovem e logo foi considerado um prodígio para o instrumento. Em 1840 ele deu seu primeiro concerto público no St. Charles Hotel.
Dois anos depois, ele deixou os Estados Unidos e foi para a Europa para estudar música clássica, que sabia ser importante para suas ambições artísticas. O Conservatório de Paris inicialmente rejeitou sua admissão, e Gottschach só gradualmente ganhou reconhecimento no meio musical francês através de amigos.
Depois de retornar aos Estados Unidos em 1853, Gottschach viajou com frequência. A longa viagem a Cuba em 1854 marcou o início de uma série de viagens à América Central e do Sul. Em 1860, Gottschalk era o pianista mais importante do Novo Mundo. Embora nascido no estado sulista de Nova Orleans, Louisiana, ele apoiou causas federais durante a Guerra Civil Americana. Embora ele raramente retornasse à sua cidade natal, ele sempre aparecia como um nativo de Nova Orleans. Em 1865, ele foi forçado a deixar os Estados Unidos devido a um escândalo com estudantes do Seminário Feminino de Oakland.
Escolheu viajar novamente para o Brasil, onde passou a dar muitos shows. Em 24 de novembro de 1869, durante sua temporada no Rio de Janeiro no Teatro Lírico Fluminense, adoeceu e foi vítima de malária. Um fato que muitas pessoas comentaram na época foi que ele havia acabado de interpretar seu drama romântico Morte! ! Pouco antes de ele desmaiar, mas o acidente realmente aconteceu quando ele começou a tocar peças de vibrato. Ele nunca se recuperou do acidente.
Seu médico sugeriu ficar em um hotel no Alto da Tijuca (hoje Alto da Boa Vista). Ele ficou lá por cerca de três semanas e morreu pouco depois em seu quarto de hotel, possivelmente de uma overdose de quinino. Ele foi enterrado com grande honra no Cemitério São João Batista, e seus restos mortais foram posteriormente transferidos para seu país de origem, onde atualmente está enterrado no Cemitério Greenwood, no Brooklyn, Nova York.
A música de Gottschalk foi muito popular durante sua vida, e seus primeiros trabalhos causaram sensação na Europa. Algumas obras, como “Le Bananier” e “Bamboula”, foram baseadas em memórias de músicas que ele ouviu quando criança na Louisiana e foram consideradas exóticas pela crítica europeia. Ao longo de sua carreira, Gottschalk usou uma grande variedade de materiais não tradicionais e étnicos na maior parte de seu trabalho. Exemplos notáveis incluem “Souvenir de Puerto Rico” e “The Banjo, Grotesque Fantasie”. Essas obras raciais e nacionalistas são consideradas as melhores. Uma de suas obras mais famosas no Brasil é “Grande Fantasia Triunfal Sobre o Hino Nacional Brasileiro”, uma série de variações da música de Francisco Manuel da Silva.
Há anos esquecida, a música voltou a ser popular em 1985, quando foi usada pela Rede Globo para transmitir o cortejo fúnebre de Tancredo Neves. Além disso, sua introdução é ouvida várias vezes no início do programa de TV PDT, mais precisamente, por Lionel Brizzola. Foi publicado pela Casa Levy no final do século XIX e gravado muitos anos depois pela pianista Eudóxia de Barros.
Gottschalk também teve muito sucesso como compositor de obras mais tradicionais. Obras sentimentais como “The Dying Poet” são as favoritas no repertório de muitos jovens pianistas amadores. Sua obra mais famosa nesse estilo é The Last Hope, Religious Meditation, que foi um grande sucesso durante sua vida e nas décadas que se seguiram à sua morte. Muitos críticos acharam o trabalho de salão de Gottschalk desatualizado, musicalmente superficial e insignificante em comparação com sua música folclórica americana. No entanto, à medida que a música clássica moderna se tornou mais complexa e desconectada do ouvinte, agora está começando a ser redescoberta. Nesse contexto, algumas de suas obras, bem como a ópera de 13 minutos “Cena do Campo Cubano”, mantêm uma doçura e charme maravilhosamente inocentes.