Avenida Paulista, a mais Paulista das Avenidas, qual é a sua historia?
Em 8 de dezembro de 1891, foi inaugurada a Avenida Paulista, em homenagem a Paulista e Paulistanos.
Estes surgiram ao longo do início do século, e os edifícios das famílias da elite sempre ocuparam grandes lotes. As primeiras casas foram construídas com recursos da agricultura e do comércio: comerciantes, arrivistas, recém-chegados às famílias europeias, cafeicultores.
A tela retrata não apenas a Avenida Paulista, mas outras importantes ruas da região, clareiras, plantas, árvores e pessoas que circulam principalmente a cavalo ou em carruagens. As figuras representadas são das classes altas da sociedade paulistana da época.
Bem no centro da obra, Jules Martin retrata uma larga e longa estrada de terra que atravessa a pintura até o horizonte. A avenida é ladeada de espaços abertos, o terreno plano é marcante e se rompe após alguns metros de descida. Cada parcela é cercada e separada das demais por ruas menores.
No lado esquerdo do primeiro lote, pode ser visto um logotipo com a inscrição “Avenida Paulista”. Logo à frente, uma árvore projeta uma sombra sobre um grupo de pessoas ao redor de uma mesa na calçada. Nos móveis, salgadinhos e doces.
Homens e mulheres bem vestidos, vindos das classes mais abastadas da cidade, serão frequentados pelas ruas, conforme planejado pelo seu engenheiro, Joaquim Eugênio de Lima.
Na tela, muitos personagens também viajam em bondes, carruagens e até bicicletas. Abaixo, do lado direito da tela, um dos bondes cruza a Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Ao fundo, à esquerda, vê-se um conjunto de árvores. O lote foi posteriormente transformado no Parque Trianon.
Na época da criação desta pintura, a Avenida Paulista ainda não era pavimentada. Não foi até 1900 que a estrada passou pelo processo de ser pavimentada com cascalho. Outro elemento interessante da imagem é o bonde. Na tela, esses veículos são puxados por cavalos e percorrem os limites do terreno. No entanto, a versão elétrica só será instalada no Paulista após nove anos.
À esquerda, ao fundo, resta a vegetação natural, formando um conjunto de árvores. O lote foi usado como parque, batizado em homenagem a Paul Villon e posteriormente transformado no que hoje é o Parque Trianon.
A partir desta pintura, você pode ver a falta de casas e outras estruturas, como sistemas de água ou esgoto. Isso revelou a personalidade descontraída da Avenida Paulista na época. A construção desses edifícios na área não começou até 1894. Antes, a rua era considerada um destino de férias ou lazer, com apenas casas que podiam ser usadas como segundas residências.