O que é o Sonho?

O que é o Sonho?

Sonhar é uma experiência com diferentes significados se os debates envolvendo religião, ciência e cultura forem ampliados. Para a ciência, é uma experiência de imaginar o inconsciente durante o sono. Para Freud, os sonhos noturnos surgiram na busca de satisfazer desejos reprimidos. 

Recentemente, descobriu-se que até os bebês no útero têm sono REM (movimento rápido dos olhos) e sonham, mas ninguém sabe o quê. Em várias culturas e tradições religiosas, os sonhos parecem carregar o poder do presságio, até mesmo uma expansão da consciência.

Segundo Freud, para a psicanálise, um sonho é “um espaço para a realização de desejos inconscientes reprimidos”.

O psiquiatra e pesquisador americano John Allen Hobson acredita que “os sonhos são apenas um subproduto da atividade cerebral noturna”. O sono tem duas fases. O primeiro é o sono de ondas lentas, onde a atividade cerebral é baixa, para que não se formem filmes em nossas mentes, apenas pensamentos mais ou menos normais passam por uma espécie de cortina escura, passando pelas imagens. O segundo estágio é altamente ativo e é denominado REM – sigla para “Rapid Eyes Movement” em inglês. É durante a fase REM que os sonhos ocorrem, pelo menos em adultos.
Foi em 1900, com a publicação de A Interpretação dos Sonhos[3], que Sigmund Freud (1856-1939) deu à matéria um caráter científico. Nesse livro polêmico, Freud pegou o que já havia sido publicado e fez um novo avanço, definindo o conteúdo dos sonhos como “a realização de um desejo”. Para os pais da psicanálise, há um manifesto (representação) e um latente (sentido) na trama de um sonho, sendo este último muito importante. A aparência será o engano do superego (o censor espiritual, que escolhe o que ser consciente ou não ser o conteúdo do inconsciente), enquanto o significado subjacente, por meio da interpretação simbólica, revelará a intenção do sonhador por trás do aparente absurdo do desejo narrativo…

O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, com base nas observações e na experiência pessoal de seus pacientes, tornou o papel dos sonhos mais abrangente, revelando não apenas desejos ocultos, mas também uma forma de buscar o equilíbrio por meio da compensação.Ferramentas da mente. Ou seja, pessoas masculinas podem sonhar com figuras femininas tentando demonstrar ao sonhador que atitudes precisam ser mudadas.

Na busca pelo equilíbrio, personagens arquetípicos se chocam em sonhos, tentando trazer o inconsciente para a consciência. Entre esses personagens estão a Anima (o poder feminino na psique masculina), o Animus (o poder masculino na psique feminina) e a Sombra (o poder que se alimenta de aspectos não aceitos de nossa personalidade). Estes últimos, no sonho, são os vilões. Segundo Jung, um aspecto muito importante do foco nos sonhos é entender como o sonhador, o protagonista do sonho (representando o ego), está lidando com as forças do mal (a sombra) para entender como na vida desperta, a pessoa lida com adversidade, autoridade e oposição de ideias. Jung apontou os sonhos como uma força natural que auxilia o processo de individuação humana.

Ao contrário de Freud, os sonhos absurdos de Jung não são superficiais, mas a própria maneira de o inconsciente se expressar. Para os mestres suíços, existem sonhos comuns e sonhos protótipos, que são uma grande inspiração para os sonhadores. A interpretação dos sonhos é uma ferramenta importante na psicologia analítica, desenvolvida por Jung.

Os métodos psicanalíticos
Os sonhos são cargas emocionais armazenadas no inconsciente, projetando imagens e sons, e segundo Freud, sabemos que os objetos nos sonhos são derivados de cargas emocionais, por meio das quais podemos chegar à fonte, que produz esse humor ou som da imagem. Com a devida pesquisa, eles podem se descrever, ou melhor, entender o momento psicológico de um indivíduo. Por exemplo, podemos criar uma “fotografia” que estava inconsciente na época. Portanto, os sonhos sempre mostram aspectos da vida emocional. Nos sonhos, sua linguagem é o que Freud chamou de símbolos. Para entender seus diferentes conteúdos, devemos reconhecer o que esses símbolos representam nesse sonho. Semelhante ao que Stanislávski estudou, a semiótica dos sonhos advém não apenas do contato do criador do sonho com o objeto, mas também com o personagem, ou seja, a forma como ele manuseia o objeto que o relaciona à sua vida. , um exemplo prático, o mar pode assumir diferentes símbolos (importante para interpretar os sonhos, é uma questão de encontrar a causa raiz) varia de pessoa para pessoa (incluindo estações do ano) e para algumas pessoas o mar pode significar destruição (o oceano Estruturas de destruição são deixados na praia), mas segundo Freud, a percepção humana do objeto ou da situação é a base para a interpretação dos sonhos para intrusões de outros (propulsão da água e intrusão no território) [1]. “Os sonhos são o caminho real para o conhecimento espiritual”[1]. Assim, a terapia psicanalítica utiliza a interpretação dos sonhos como recurso de “resolução”. Carl Gustav Jung começou a trabalhar profundamente nas formas de expressar o inconsciente. Em sua teoria, enquanto o inconsciente pessoal consiste essencialmente em matéria e complexos reprimidos, o inconsciente coletivo consiste essencialmente em uma tendência a ser sensível a certas imagens, ou melhor, em emoções profundas e universalmente atraentes, arquétipos compostos de símbolos.

Sonhos e sono REM

EEG em fase REM.
Existem outras correntes que encaram os sonhos de maneiras diferentes. De um modo geral, os neurocientistas afirmam que os sonhos são apenas uma troca de informações sem sentido cuja função é manter o cérebro em ordem. A teoria simplesmente não explica como esses chamados enredos incoerentes levam a grandes insights, como Thomas Edison. Em vários campos da ciência e da arte, há muitos outros casos que revelam sonhos, mas isso não impede que os sonhos também ajudem a restaurar a saúde do corpo e do cérebro.

Sonhos e inspirações
A oniromancia, a previsão do futuro através da interpretação dos sonhos, tem alta credibilidade na religião judaico-cristã: na Torá e na Bíblia, Jacó, José e Daniel receberam de Deus a capacidade de interpretar sonhos. No Novo Testamento, o anjo Gabriel avisa a São José em sonho que sua esposa tem um filho divino em seu ventre, e após a visita dos magos, um anjo o avisa em sonho para fugir para o Egito, quando retornará em segurança ao Israel.

Na história de São Patrício na Irlanda, surge também o sonho. Enquanto escravizado, Patricio foi avisado em sonho que um navio o esperava para retornar à sua terra natal.

No Islã, sonhos bons são inspirados por Alá e podem trazer mensagens de adivinhação, enquanto sonhos ruins são considerados armadilhas de Satanás.

Filósofos ocidentais têm sido céticos em relação à religião e aos sonhos, alegando que não há controle consciente nos sonhos, mas estudos recentes analisando os movimentos oculares (REM) durante o sono mostram evidências científicas para os resultados dos sonhos lúcidos, contrariando teorias anteriores.

Pensadores, cientistas e matemáticos como René Descartes e Friedrich August Kekule von Stradonitz também tiveram visões reveladoras em sonhos. Descartes sonhou com um novo sistema de matemática e ciências durante uma viagem à Alemanha. Kekule surgiu com a fórmula molecular hexagonal do benzeno depois de sonhar com uma cobra mordendo sua cauda. O grande pai da tabela periódica, Dmitri Mendeleev, afirmou ter tido um sonho em que mostrava um modelo da tabela periódica atual.

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