Abdas de Susa, quem foi ele?
Abdas, (também Abda, Abdias e Audas) foi bispo de Susa, Irã (Sócrates de Constantinopla também o chama de “bispo da Pérsia”[1]). Ele nasceu no século IV de mãe zoroastriana. Ele foi educado em boas virtudes, o que o tornou amado por todos.
Depois de receber uma excelente educação e crescer em uma vida virtuosa, Abdas foi ordenado sacerdote e construiu um mosteiro e uma escola em sua cidade natal, que cresceu sob seus cuidados pessoais para cerca de 60 professores, segundo alguns. Batizado na fé cristã, Abdas converteu muitos outros ao cristianismo, fazendo com que os Magos o prendessem. Abdas sofreu humilhação, fome e dor na prisão, perseverando em sua fé em Jesus até sua milagrosa libertação.
Durante a perseguição aos cristãos sob o comando de Shapur II. uma árvore em forma de cruz emergiu do solo e realizou muitos milagres. Essa árvore atraiu muitas pessoas ao seu redor, e um mosteiro foi construído no local, que Abdas mais tarde usou como base para pregar o evangelho da vida. Abdas tornou-se o bispo de Cascar (Susa) e muitas pessoas seguiram seus passos e se tornaram seus discípulos.
Abdas, envolvido em uma disputa com magos locais em 420, foi acusado de incendiar um de seus templos, a pirâmide de Aura-Masda. O xá Isdigerdes I ordenou ao bispo que restaurasse e consertasse o prédio às suas próprias custas. Após a recusa de Abdas, o rei ordenou que as igrejas fossem destruídas. Esses acontecimentos pioraram a relação entre a Igreja Cristã e o governo persa, antes considerada boa, e desencadearam uma onda de perseguições contra os cristãos na Pérsia[2].
Além do fato de que ele teria ajudado Maruta de Martyropolis a expulsar o demônio de Isdigerdes[3], nada mais certo se sabe sobre ele. A tradição acrescenta que ele foi um dos primeiros mártires da perseguição (espancado até a morte) e por isso é considerado um santo. Entre seus companheiros assassinados estão: os sacerdotes Haxu e Isaac, o secretário Efrém, o subdiácono Papa, os leigos Daduk e Durdan, e Papa, irmão do próprio Abdas. Sua festa é 5 de setembro ou 16 de maio na Igreja Católica e 31 de março na Igreja Siríaca.