Abelardo da Hora, quem foi da Hora?
Abelardo da Hora (1924-2014) é um escultor, desenhista, gravador e oleiro brasileiro. É conhecido por representar mulheres e temas regionais, sendo um dos maiores escultores pernambucanos do século XX.
Abelardo Germano da Hora (1924-2014) nasceu em 31 de julho de 1924, nas terras da Usina Tiúma em San Lorenzo da Mata, Pernambuco. Estudou artes decorativas com Agamenon Magalhães no Colégio Industrial. Ingressou na faculdade de direito de Olinda e fez curso livre de escultura na Academia de Belas Artes do Recife, onde foi aluno de Casimiro Correa.
Em 1942, ele atuou como chefe do catálogo acadêmico de artes plásticas. Entre 1943 e 1945, é contratado pelo industrial Ricardo Brennand para trabalhar na Cerâmica São João, período em que realiza várias obras com temática regional. Durante o seu trabalho de olaria, foi consultor do futuro ceramista Francisco Brennand (Francisco Brennand).
Criação e participação de Abelardo da Hora
Em 1946, ele co-fundou a Sociedade de Arte Moderna do Recife com artistas como Helio Feyue e atuou como diretor por quase dez anos. Em 1948, realiza sua primeira exposição de escultura na Associação dos Empregados do Comércio de Pernambuco, sendo esta a primeira exposição de escultura realizada em Recife. Em 1952, Abelardo da Hora fundou o Ateliê Coletivo com os artistas Gilvan Samico, Wiltonde Souza, Wellington Virgulino, Ionaldo, Ivan Carneiro e Márius Lauritzen, onde lecionou e instruiu até 1957.
Entre 1955 e 1956 fez várias esculturas de cultura popular para a Prefeitura do Recife, entre elas: Os Cantadores e o Vendor de Caldo de Cana, localizado no Parque 13 de Maio, O Sertanejo, localizado na Praça Euclides da Cunha, Clube Internacional e vendedor de pirulitos , no jardim de Dois Irmãos. Em 1956, foi eleito representante do Estado de Pernambuco na filial brasileira da Associação Internacional de Artes Plásticas da UNESCO.
Entre 1957 e 1958, ele realizou inúmeras exposições nos Estados Unidos, Europa, Argentina, Mongólia, União Soviética, Israel e China. Em 1960, no governo de Miguel Arraes, projeta a Lei Municipal de Obras Arquitetônicas do Recife, que exigia edificações com área de Arte ao ar livre.
Obras de Abelardo da Hora
Em 1962, lança seu icônico álbum Os Meninos do Recife, em que gravuras a caneta mostram o sofrimento na cidade. Em 1967, lança a coleção de pinturas “Danças Brasileiras de Carnaval” exibida na Galeria de Arte Milante, em São Paulo. Ainda na década de 1960, foi chefe dos Parques e Jardins do Recife e chefe do Departamento de Artes Plásticas e Artesanato. Ele fundou o movimento de cultura popular, além das artes plásticas, reunia também música, dança e teatro.
Os temas mais utilizados por Abelardo da Hora são mulheres, corpos femininos nus e tendências expressionistas, além de temas sociais e regionais, temas que ficarão imortalizados nas obras deixadas por todos os cantos do Recife. Entre os destaques estão: Mulher Deitada, localizada no Shopping Recife, Mulher Sereia, localizado no Mar Hotel, Monumento Maracatu, próximo ao Forte das Cinco Pontas, Monumento ao Frevo, na Rua da Aurora, Monumento a Zumbi dos Palmares, na Praça do Carmo, Enéas Freire e Galo da Madrugada, na Praça Sérgio Loreto, Monumento aos Heróis da Revolução de 1817, na Praça da República e Os Retreantes, no Parque Dona Lindu.
Abelardo da Hora faleceu no dia 23 de dezembro de 2014 em Recife, Pernambuco.