O que vem a ser a Flor-de-Lis?

O que vem a ser a Flor-de-lis?

A flor-de-lis (⚜️) é uma figura heráldica muito associada à monarquia francesa, particularmente ligada com o rei da França. Ela permanece extraoficialmente um símbolo da França, assim como a águia napoleônica.

Mas não tem sido usada oficialmente ao longo dos vários períodos republicanos por que atravessou este país.

A palavra lis, de fato, é um galicismo que significa lírio ou íris, mas também pode ser uma contração de “Louis” (termo francês equivalente a “Luís”), que foi o primeiro príncipe a utilizar o símbolo (ficando, assim, fleur-de-louis, ou “flor de Luís”). Assim, a representação desta flor, e seu simbolismo, é o que os elementos heráldicos querem transmitir, quando a empregam sob as mais diversas formas. É uma das quatro figuras mais populares em brasonaria, juntamente com a águia, a cruz e o leão.

A flor-de-lis é, simbolicamente, identificada à Íris e ao Lírio, como o fez Mirande Bruce-Mitford no seu livro “Signos e Símbolos”, informando que Luís VII, o Jovem (1147), teria sido o primeiro dos reis de França a adoptar a íris como seu emblema e a servir-se da mesma para selar as suas cartas-patentes, e como o nome Luís se escrevia na época Loys ou Louis, esse nome teria evoluído de fleur de louis para fleur de lis (flor de lis), representando, com as três pétalas, a fé, a sabedoria e o valor. A verdade, mesmo observando a grande semelhança entre os perfis da íris e da flor de lis, é que o monarca francês apenas adoptou o símbolo de grande antiguidade na heráldica de França, pois que ele já aparece em 496 d. C., quando o Arcanjo Rafael teria aparecido a Santa Clotilde, mulher de Clóvis, rei dos Francos, e lhe oferecido um lírio, acontecimento que teria concorrido para a sua conversão ao cristianismo (repercussão hagiográfica daquele episódio primaz ocorrido com a Virgem Maria, quando o Anjo da Natividade, São Gabriel, lhe teria aparecido empunhando um lírio e fazendo-lhe a anunciação de estar predestinada a ser mãe do Salvador, e logo o pai terreno deste, São José, também vir a ser iconografado com a flor do lírio, assinalando-o como patriarca de novel dinastia sagrada, portadora de realeza divina).

No ano 1125, a bandeira de França apresentava o seu campo semeado de flores de lis, o mesmo acontecendo com o seu brasão de armas até ao reinado de Carlos V (1364), quando passaram a figurar apenas três flores de lis. Conta-se que este rei teria adoptado oficialmente o símbolo para, por esse emblema, honrar a Santíssima Trindade.

Todavia, o lírio estilizado como flor-de-lis é planta bíblica ainda associada ao pendão do rei David e igualmente à pessoa de Jesus Cristo (“olhai os lírios do campo…”); também aparece no Egipto associado à flor-de-lótus, e igualmente entre os assírios e os muçulmanos. Cedo, se tornou símbolo de poder e soberania, de realeza que se faz por investidura divina, o que leva a também simbolizar a pureza do corpo e da alma. Por isso, os antigos reis europeus eram divinos por sagração directa da divindade na pessoa da autoridade sacerdotal, e para o serem teriam, em princípio, que ser justos e perfeitos ou puros, como o teria sido a Virgem Maria, “Lírio da Anunciação e Submissão” (Ecce Ancila Domine, “eis a serva do Senhor”).

A sua origem
Segundo a lenda, é dito que após o nascimento de Hércules ou Hércules (o filho de Zeus e uma mulher mortal), Zeus queria que Hércules vivesse para sempre, então Hermes pediu a Hércules que matasse Héracles enquanto Hera dormia. braços, ele amamentou. A criança mamava com tanta violência que, mesmo depois de Hércules terminar de mamar, o leite da deusa continuava a fluir e as gotas que caíam formavam galáxias no céu e lírios na terra.

A flor-de-lis tem pouco a ver com o jardim “lírio” (usado na heráldica sob o nome de “lírio do jardim”). É uma adaptação gráfica do lírio amarelo do pântano (Iris pseudacorus L. ou “íris amarela”), escolhido como atributo por Clóvis I após sua vitória na Batalha de Vouillé no século V visigodos a oeste do povo Poitiers, distribuído em grandes números ao longo das margens dos rios Rees e Sena, na Bélgica.

O primeiro atestado da utilização do ramo de lis é o selo do Príncipe Luís (futuro Luís VIII de França) em 1211. Este ramo foi substituído por três flores-de-lis em 1375. Atualmente, é representado estilizado, amarelo sobre fundo azul: nas versões modernas, azul com um ramo de lírios dourados ou azul com três lírios dourados.

O seu símbolo de reconhecimento
O lírio é o principal símbolo do Movimento Escoteiro em todo o mundo. É usado em cartas náuticas, com sua ponta representando o norte, e serve ao mesmo propósito que uma bússola, exceto pelo fato de ser um símbolo da monarquia francesa desde o século XII. O símbolo foi escolhido por Robert Baden-Powell para representar o movimento que fundou por idealizar os rumos que o Movimento Escoteiro vem seguindo desde então. Para os franceses, o lírio também representava pureza de espírito, luz e perfeição, atributos que continuam a ser incorporados ao Escotismo hoje.

No Escotismo, as três pétalas representam os três pilares do compromisso escoteiro, apontando o norte nos mapas e bússolas para mostrar aonde os jovens devem ir, sempre para cima.

Na literatura
O símbolo apareceu na ficção moderna sobre temas históricos e ocultos, como o best-seller O Código Da Vinci e outros livros que discutem o Mosteiro de Sião. Aparece repetidamente na literatura francesa, exemplos notáveis ​​dos quais incluem os lírios nos personagens de O Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo, e o antigo costume de marcar mencionado em Os Três Mosqueteiros, de Dumas, com Há sinais, criminosos. Durante o reinado de Elizabeth I da Inglaterra, conhecido como a era elisabetana, era o nome padrão para a íris, um uso que continuou por séculos, mas ocasionalmente se referia a lírios ou outras flores. Ele também apareceu na novela de John Kennedy Toole, League of Idiots, criada pelo personagem principal.

Prêmios e reconhecimentos da Symbol
A flor do lírio é utilizada como símbolo de cursos alfabéticos em diversas universidades como a Universidade Federal de Alagoas, a Universidade da Integração Internacional do Português Afro-Brasileiro no Brasil, a Universidade de Caxias do Sul, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná, a Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Estadual Paulista, Centro Universitário Franke, Universidade Federal de Pala, etc. O lírio também é usado como símbolo de maestria na gastronomia francesa, e quando um chef prepara algo fora do comum, a família real o homenageia com um lírio feito de ouro e pedras preciosas, e ainda recebe a honra de nomear um delicadeza.

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