O Olho da Providência na pintura do quadro intitulado “Dois caminho”.

O Olho da Providência na pintura do quadro intitulado “Dois caminho”.

Os mais velhos devem se lembrar.

Mais essa pintura, junto com a caixa de discos e promessas do cantor gospel Oséias de Paula, são quase indispensáveis ​​na casa dos fiéis. Ao chegar na casa do irmão, o sujeito enfrentou essa mensagem visual, que fortaleceu o espírito da conferência.

Sobre o símbolo deste retrato assembeliano, Gedeon Alencar nos diz:

Uma pintura muito antiga chamada “Dois caminhos” pode ser a única representação da arte na época, mas, mesmo assim, rejeitada por muitas igrejas, é um bom exemplo da adequação cultural do neopentecostalismo.

Observando, veremos que o olho estão no centro, e até iluminarão as pessoas que por eles passam.

Porém, tudo era observado por ele, ele via e seguia tudo e todos em um triângulo (Santíssima Trindade).

Na estrada larga – Estrada para a Destruição – há cinemas, teatros, cassinos, festas e as pessoas (muitos) usam chapéus, luvas, casacos, cartolas, guarda-chuvas, etc. Muitas decorações. Em termos evangélicos: muita vaidade. Muito espaço. Novamente, a estrada é larga. Uma grande entrada com um banner de boas-vindas. Há um ditado no prédio do teatro: “Blasfêmia de domingo”, que tem sido um grande foco da teologia nas últimas décadas.

Do outro lado, na estrada estreita – a estrada da salvação – templos, salas de oração, tendas, pessoas (algumas) vestidas de forma não ostensiva, muito simples, sem sinais de festivais ou “coisas mundanas”. Escusado será dizer que não existem cinemas, teatros ou jogos deste lado. Além de todos os edifícios, terrenos e atitudes, existem versículos bíblicos que podem “apoiar” sua aprovação (em sentido estrito) ou condenação (em sentido amplo).

Só por adivinhar, como será a imagem de “Two Roads” em sua versão gospel?

Cinemas, teatros, bailes, lindas roupas, festas, muitos enfeites, todos os lados mudaram, (também) no “caminho estreito”. Na verdade, por causa da adesão das pessoas, eles têm que “alargar” o caminho para acomodar tantas pessoas … Pela imagem, para ser honesto, é impossível retratar um caminho largo e estreito hoje.

Era quase unânime em todas as casas nas décadas de 50, 60 e 70 no Brasil.
Basicamente são dois caminhos opostos que saem de uma mesma estrada. O quadro simbolizava a decisão que na caminhada da vida, num determinado momento, a pessoa deveria tomar. Um dos caminhos é estreito, de abstenção e sacrifício, de fidel…idade e justiça, mas que leva diretamente para o céu. O outro é um caminho largo, cheio de prazeres e mundanismo, mas que conduz ao fogo eterno.
Um olho que enxerga tudo o que acontece nos dois caminhos, não possui pálpebras, pois ele jamais dorme. Simboliza a visão de Deus sobre a impiedade e a santidade das escolhas humanas.”

MAIS REFERENCIAS DE ACORDO COM O SALMOS 1

O Salmo 1 é o pórtico de entrada na sabedoria dos Salmos, “é um cântico de piedosa sabedoria prática da vida” (Weiser, p.69). Ele abre a coleção e ensina, através de exemplos extraídos do dia-a-dia, que o caminho daqueles que vivem com Deus é superior ao caminho dos que andam sem Deus.
1) Os dois caminhos (vv.1-2)
A figura dos dois caminhos é marcante nas Escrituras (Pv 2.12-15, 4.10-19; Mt 7.13-14). Assim como a oposição entre a pessoa justa e a ímpia (Sl 1.6, 34.21, 37.21, 58.10). Em nossas memórias é evocada a antiga figura dos “Dois Caminhos” que muitas famílias expunham em suas casas.
O v.1 constrói a ideia do caminho do pecado (“caminho largo”) de forma crescente: andar no conselho dos que vivem sem Deus, que é equivalente a ouvir seus conselhos; parar no caminho dos pecadores, equivalente a imitar o exemplo deles; e por último, assentar-se na roda dos escarnecedores, isto é, “participar da zombaria das coisas santas” (Weiser, p.70).
O caminho do pecado é contraposto com o prazer de meditar na lei do Senhor. O v.1 inicia afirmando que “Feliz é…”, em seguida as afirmações negativas do cominho do pecado. Agora no v.2, uma afirmação positiva: a alegria é encontrada no meditar nas instruções de Deus. Meditar é cogitar, remoer, mastigar aquilo que é lido, ouvido ou visto. Meditar é uma atividade que envolve um tempo exclusivo para cogitar a respeito da vontade de Deus. A meditação que produz felicidade é aquela que brota das instruções que o Senhor nos deu. Não se trata de um simples decorar versículos, antes significa colocar em prática aquilo que Deus tem nos ensinado desde quando nos transformou através da obra de Cristo.
Diálogo
1. As ofertas do “caminho largo” são muitas na atualidade. De que forma você tem demonstrado ao mundo que uma vida transformada por Cristo é vida feliz?

2. Compartilhe como seu tempo de meditação com Deus tem feito a diferença em sua vida.

2) Exemplos do cotidiano (vv.3-4)
Dois exemplos tirados da vida no campo servem como ilustração da diferença entre a pessoa justa, que teme a Deus, e a ímpia, que vive sem Deus. As imagens extraídas do mundo da vida são mais facilmente compreendidas, porém não podem ser extrapoladas para encaixar interpretações particulares.
a) A árvore boa dá bons frutos (v.3)
O exemplo já aparece em Jeremias 17.5-8: o justo é como árvore plantada a beira do riacho. O ímpio como arbusto no deserto. Em Mt 7.15-20 Jesus, em referencia ao ensino dos falsos profetas, diz que a árvore boa produz bons frutos, mas a árvore que não produz é cortada e lançada ao fogo. Já em Jo 15.1-17 Jesus é a videira verdadeira, aqueles que creem são os ramos, e Deus é o agricultor. Os ramos que deixam ser “podados” produzem frutos, porém os que não permanecem na videira não frutificam, e são cortados fora. A pessoa que permanece em Cristo encontra nele um manancial de água que o alimenta e permite ter vida abundante (Jo 10.10) e que produz muito fruto (Jo 15.5).
A referência no final do v.3 diz respeito à vida do justo, e não mais a figura da árvore. Aquele que vive com Deus, será bem sucedido no que fizer. Está é uma afirmação do poder de Deus que opera pela fé. Porém, não pode ser distorcida para embasar uma teologia da prosperidade, muito menos para afirmar que tudo que fazemos seja somente para alcançar o sucesso.
b) A palha é levada pelo vento (v.4)
Por outro lado a palha é carregada pelo vento. O vento é utilizado desde a antiguidade para separar o grão da palha. As espigas dos cereais após serem batidas eram então joeiradas. O vento se encarregava de levar a palha. A palha não é o fruto, quase não pesa, e se comparada com o fruto, é “nada”. Vida sem Deus é nada comparada a felicidade daquele que tem sua vida nas mãos de Deus.
Diálogo
1. O que significa para você permanecer em Cristo?
2. Aquele que medita na palavra de Deus encontra felicidade. Que outros frutos você percebe na sua vida em Cristo?
3. O que significa para você ser alguém bem-sucedido?
3) O juízo final (vv.5-6)
O processo de joeirar, descrito acima, frequentemente é utilizado como imagem do juízo (Os 13.3, Sf 2.2, Is 29.5, Sl 35.5). O v.5 inicia com “por isso”, indicando a consequência de uma vida vazia. Os que viveram sem Deus, sem Deus ficarão no juízo. Isto significa que não será para eles possível permanecer diante de Deus, e assim “desaparecerão”. Para Paulo a escravidão do pecado paga o seu salário que é a morte (Rm 6.23). Jesus já havia alertado que aqueles que não confiam nas promessas de Deus em Cristo, já estão condenados (Jo 3.18, Mc 16.16).
O juízo final é uma separação. De um lado aqueles que foram reprovados, condenados, pois andaram pelo caminho do pecado, caminho largo, dele não se desviaram, viveram conforme sua natureza pecadora e sem Deus, são os que não permanecerão, perecerão, os “cabritos” (Mt 25.32). Do outro lado estão os que em vida ouviram o chamado do Evangelho de Jesus Cristo. Aqueles que receberam a Cristo como Filho de Deus (Jo 1.12), que creram em Cristo e receberam o batismo, se identificando com Cristo na sua morte e ressurreição (Mc 16.16, Rm 6.4s). São os que viveram no caminho estreito, o caminho dos justos, são as “ovelhas” (Mt 25.32). Estes últimos entrarão para o gozo do Senhor, sua existência eterna está garantida por que Deus mesmo se comprometeu com eles (Rm 6.8).
Diálogo
1. “O que acontece sem Deus desaparece” (Weiser). Como podemos ajuntar um tesouro que não desapareça?
Conclusão
Todas as vezes que somos confrontados com a Palavra de Deus somos submetidos ao juízo. Pela fé cremos na Palavra de Cristo e somos por Ele absolvidos, ou permanecemos na dúvida, na negação, na rebeldia e com isto sobre nós permanece a mão pesada do justo juiz. Os dois caminhos estão claros: permanecer no caminho largo e sem Deus traz juízo eterno, ouvir e aceitar o convite para o caminho estreito com Cristo é certeza de um final bem-aventurado.

VIDEO – Quadro antigo, os dois caminhos, (o  olho que tudo vê).

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